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Todos à espera do mercado

 

10h17 CEST

28/07/2021

O campeonato está prestes a começar em Portugal, os lugares nas principais competições europeias estão para ser definidos em breve, com as pré-eliminatórias, e o mercado parece que ainda não abriu. Ao contrário do que é habitual por esta altura, os clubes portugueses ainda não foram capazes de realizar as mais-valias necessárias à sua gestão corrente e de colocar as suas vedetas nas maiores Ligas do continente. O que, das duas uma. Ou os deixará em posição complicada se tiverem de olhar para o rigor orçamental ou os deixará em posição complicada se acabarem por vender em saldo, porque à certeza de que terão de vender soma-se uma outra, a de que o mercado se estende bem para lá do início das competições e quem tiver mais euros é que fará os melhores ajustes nesse período final.

Uma coisa é certa: este ano, o mercado está lento. É consequência da pandemia, que já há um ano tinha dado uma machadada gigante nas transferências. Sem receitas de bilheteira, sem dinheiro vindo do merchandising em dias de jogo, com os bolos das televisões também ameaçados, os grandes clubes começam a pensar duas vezes antes de abrirem as carteiras para seduzir craques promissores. Sobram aqueles cujos bolsos não têm fundo, os tais clubes-estado que tantas vezes são vilipendiados por estarem a inflacionar o mundo do futebol até proporções onde só eles podem chegar, mas até esses têm primado pela carestia. Até ao dia a que escrevo (22 de Julho) realizaram-se nove transferências acima dos 25 milhões de euros no futebol Mundial. No ano passado, a nona transferência do Verão ficou-se pelos 50 milhões. Já havia pandemia, mas ainda ninguém lhe tinha adivinhado a extensão. Há dois anos, o nono jogador mais caro do mercado de verão foi pago a 74 milhões de euros. Há três anos ficara pelos 57 milhões.

Podem argumentar que o mercado ainda está longe de fechar – e é verdade. Mas não é usual as grandes operações ficarem para o fim. Deixemos de lado o Verão passado, porque por esta altura do ano ainda se jogava a ponta final da época de 2019/20, atrasada pela interrupção pandémica. Em 2019/20, a nona transferência mais cara até ao final de Julho tinha sido a passagem de Ndombelé do Ol. Lyon para o Tottenham por 60 milhões de euros. 60 milhões! Isto é, tanto como a trasferência mais cara do atual defeso, a contratação de Hakimi ao Inter Milão pelo Paris Saint-Germain. Em 2018/19, a nona transferência mais cara realizada até ao fim de Julho tinha sido a passagem de Vinicius Junior do Flamengo para o Real Madrid, por 45 milhões. Este ano é o deserto. Nas dez transferências mais caras do atual mercado foram movimentados 353 milhões de euros. Mais uma vez deixando de parte o Verão passado, cujo calendário foi sabotado pela Covid19, as dez transferências mais caras verificadas até final de Julho de 2019 tinham movimentado 854 milhões de euros. E em 2018, até final de Julho, as dez maiores transferências tinham levado a que 730 milhões de euros mudassem de mãos. Foi sempre mais do dobro.

O aspeto que mais preocupará os nossos clubes, no entanto, é o circuito feito por todo esse dinheiro. Este ano, dos 353 milhões de euros movimentados nas dez maiores transferências, só 85 milhões seguiram o rumo de clubes não pertencentes às Big Five, as cinco Ligas mais poderosas da Europa: 30 milhões do Leicester City para o RB Salzburgo por Daka, outro tanto do Leverkusen para o FC Brugge por Kossounou e 25 milhões do Ol. Marselha para o Flamengo por Gerson. Nada para Portugal... Por cá, a única venda significativa foi a de Pedrinho, que o Benfica despachou para o Spartak por 18 milhões de euros, assim corrigindo o tiro falhado um ano antes, sem ganhos, já que os 18 milhões também tinham sido o que os encarnados se haviam comprometido a pagar ao Corinthians. Até final de Julho de 2019, só contando as dez maiores transferências, as Big Five já tinham enviado 298 milhões de euros para os mercados periféricos, com destaque para a venda de João Félix do Benfica ao Atlético Madrid. No ano passado, ainda que com a tal correção provocada pelo calendário alterado, o Benfica acabou por capitalizar 68 milhões de euros com Rúben Dias (Manchester City), o FC Porto conseguiu 40 milhões por Fábio Silva (Wolverhampton WFC), o SC Braga recebeu 31 milhões por Trincão (FC Barcelona) e o Sporting foi buscar 20 milhões por Wendel (Zenit). Até ver, estão todos em lista de espera. À espera que os grandes gastadores do mercado se decidam – se é que vão decidir-se. E isso, já se viu, é duplamente preocupante. É preocupante porque o dinheiro pode não chegar e é preocupante porque pode chegar fora de horas, já sem tempo para que se façam as necessárias correções.



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