14h44 CEST
27/06/2025
Várias transferências para o Sporting com origem no Banco Espírito Santo Angola (BESA) estão entre as operações que este se escusou a explicar ao BES, disse esta sexta-feira, em tribunal, uma responsável pela auditoria pedida pelo Banco de Portugal. «Foi uma questão transversal. A maior parte das vezes em que são feitos pedidos de esclarecimentos ao BESA, não existe resposta ou existe resposta inconclusiva», sublinhou, em Lisboa, Vera Pita. Esta responsável pela auditoria pedida pelo Banco de Portugal falava depois de ter sido questionada pelo Ministério Público sobre um pedido do departamento de “compliance” (fiscalização do cumprimento dos procedimentos) do BES ao BESA para que este enquadrasse quatro transferências para o Sporting, concretizadas com recurso a uma conta do banco angolano sediada em Lisboa. À solicitação, feita ao abrigo da lei de prevenção do branqueamento de capitais, «não foi dada resposta». A consultora financeira ressalvou que o pedido não significa que uma «operação seja irregular», mas que há fatores de risco acrescidos, como o montante das transferências e tratar-se de uma entidade desportiva. Segundo a acusação do Ministério Público, Álvaro Sobrinho, à data presidente do BESA, terá ordenado em 2011 e 2012 a transferência de 15 milhões de euros para uma conta da Sporting SAD, usando fundos cedidos pelo BES para aumentar a liquidez da subsidiária angolana. O BES faliu no verão de 2014 e o BESA foi liquidado em outubro seguinte.